sábado, 12 de janeiro de 2013

Quer?

Eu andava na rua, o dia mal tinha amanhecido eu não via o sol, mas ele também não me via, tinha um vento gelado no ar, gritos desesperados de uma moça (que provavelmente não era tão moça assim) briga daquelas de acordar a vizinhança, eu seguia cabisbaixo, não olhava, mal respirava, ainda me sinto encolhido, com medo de tocar nas coisas, eu não identificava em mim um sentimento qualquer, onde foi parar o velho rabugento que eu tinha me tornado? onde foi parar o menino cheio de sonhos? onde eu fui parar? 
Bem verdade com o passar dos tempos minha cabeça vai mudando, curiosamente, pensativa, representativa em quadros como ela mesmo faz, pinta, retrata, escreve seus poemas mentais e vomita suas dores físicas.
Eu podia ver o sol crescendo sobre as casas, tão bom nascer do sol, raios solares, faiscava meu peito com alguns sorrisos que não sou acostumado, faiscava o seu brilho pelas janelas, plantas, e velhos que saiam pra serem velhos. 
E talvez eu tenha um pouco de complexidade, talvez seja muita complexidade, mas quem não tem? mas quem disse que ser melhor é ser mais feliz? quem disse que respirar melhor é não fumar todos os dias? quem disse que se você não ingerir álcool você não fica bêbado? 
É que simplesmente tudo poderia ser melhor, pessoas mais bem sucedidas, eu poderia ser mais feliz se quisesse, eu poderia ter tudo aquilo que eu tivesse vontade de pegar, se eu tivesse vontade, eu até mesmo poderia ser qualquer coisa que minha imaginação permitisse, mas querer é tão complicado, que eu sempre acabo simplesmente deixando de lado, eu sou assim, meio sem persistência, meio sem amor, meio sem sentimentos, meio sem vida, meio sem alguém pra fazer com eu queira querer ter algum querer... me resta, ser eu mesmo por ai, vagando antes do sol nascer, esperando alguém que me venha buscar pela mão, dizendo: "eu sei o que tu quer", e você, quer? 

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