domingo, 15 de dezembro de 2013

Estranha

Estranha mania de se esconder na frente de todo mundo, parece mesmo que nunca vi ela por ai
era estranha com aqueles olhos castanhos ou pretos, eu estava sem óculos não sei dizer
cabelos longos, estranhamente normais dentro de todo contexto que se escrevia pelas suas linhas
eu nem sei mesmo se o nome que ostenta é o mesmo que lhe chamam quando está sozinha
talvez ela seja toda normal ou normal eu não seja?
"estranheza" quentes dias fora d'água
"estranheza" lagrimas e suor acumulando sal na maquiagem borrada
franzia escondendo olheiras qualquer...
respira e alimenta-se de qualquer coisa? só mais uma de nós, humana comum? só mais uma de nós?
radioativa, algum momento dentro de si explodindo uma bomba atômica?
talvez ela seja mesmo estranha, eu estava sem óculos não pude perceber,
talvez domingo a tarde ela respire a brisa refrescante do verão, talvez ela... talvez...
estranha.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

cinco ou seis linhas pra você

o sol depois da chuva, nunca é tão satisfatório.
o momento de breu enquanto as nuvens dançam no céu
o vento balançando as arvores, 
o teu sorriso na memória do som da chuva quando os olhos
sempre que acaba, sempre que se vai, sinto sua falta e a angustia por não saber quando ou se vai voltar.

domingo, 20 de outubro de 2013

era eu quem tava esperando algum motivo pra sacar a minha pistola apontar pra minha cabeça e disparar...
você me dava esmola, aumentava o tempo da minha angustia me dizia que tudo isso ia passar...
mas não deixava de ter aquele olhar obcecado sobre tudo...
não deixava de ser, responsável pelas coisas que eu nunca quis fazer
eu ia paralitico insistentemente em linha reta
até o dia em que eu te encontrar, devolver as chaves, pegar as minhas drogas
sair pela sua porta e me jogar no primeiro caminhão
adeus. 

sábado, 19 de outubro de 2013

estrada

dirige o seu carro por ai, noites a dentro e sem destino
suas lagrimas não conduzem a mudar, 
era enfeitada pelo oceano dos olhos brilhando em sal
não via motivos pra tanta tristeza, não via motivos, tanta beleza
achei por segundos que podia mudar seu contexto... 
tristezas e lagrimas em sorrisos, um abraço, um beijo
dirige o seu carro por ai, tentando evitar... 
tentando evitar... 
seus soluços conduzindo suas batidas do coração
tão frágil, tão forte... anda com os olhos fechados
abraçada na solidão.
eu quis...
preocupado, via os faróis a passar, os olhos a piscar
mas continuam lá, cegos em seu completo amor a solidão.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

só jogando palavras aqui, pode ignorá-las

não me dou muito bem com noticias positivas
fico angustiado com a possibilidade de ter sucesso em alguma coisa
sempre me considerei um fracassado
as coisas são simples dessa forma
é daquelas coisas que não se fala o tempo todo
sempre imaginei que o ato de viver é uma bosta, é complicado demais, requer sacrifícios
e eu não gosto
sempre admirei a morte
ou qualquer coisa que fosse não existir
por isso fico trancado sozinho sempre que posso
gosto de não ter motivos pra ser feliz
amo minha família, e sei que ha expectativas em mim
apesar de eu não acreditar nelas
eu queria que fosse mais simples mudar as coisas
ter alguma força de vontade pra me locomover pra qualquer coisa que fosse
não me sinto verdadeiro sorrindo
nem fazendo qualquer coisa,
porem, não tenho a minima vontade de descobrir porque eu existo
queria ser motivado, acreditar nas coisas, mentira, na verdade eu não queria,
mas não é questão de eu gostar ser triste, eu nem sei se eu sou triste afinal
não sei o que ou quem eu sou.
não tenho coragem de fugir...
talvez eu precise de ajuda, talvez...
não sei, não queria desabafar, não quero tapinhas nas costas dizendo que vai ficar tudo bem
não quero apoio sincero, nem os arranhões gratuitos
não quero me divertir como um excêntrico
não tenho certeza...
não preciso de noites de sono ou qualquer coisa...
quero respirar fundo e flutuar até a porta do desespero.
quero voltar a não ser ninguém.
quero... não, não quero.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

pequenas frustrações do cotidiano

pequeninos farelos de pão na toalha da mesa
e eu lá, brincando com as migalhas, tentando faze-las voar por ai
gosto de brincar com minhas migalhas, tanto quanto gosto de esparrar meu tênis e meias pelo quarto, gosto de andar com meia só no pé esquerdo mesmo sem saber porque
não gosto de conversar com as pessoas, no geral prefiro ficar quieto só escutando
raras exceções as pessoas que me cativam palavras a dizer
e os vários abismos entre uma palavra e outra
acabo frustrando as coisas quando gosto delas
é o jeito simples de se sentir inferior, gosto do meu sorriso boba lamento a merda que fiz
pequenas coisas que eu sempre deixo de fazer, 
sempre acabando deixando algo escapar, por medo, insegurança ou pura estupides
mas sempre lembro de ter aproveitado os bons momentos, sempre fico lembrando do cheiro e da cor das coisas enquanto brinco 

domingo, 29 de setembro de 2013

Sons do Final da Primavera


As cores desabrochando com  a chegada de alguns sorrisos com seus sons de pétalas abrindo e gargalhadas sem motivo
Todo novo colorido criando emoções em sua miscelânea amores, flores e seus sons alegres do inicio da primavera.
Sobe o efeito do sol vai secando, murchando flores, desbotando cores, os amores, passageiro amor de flor, passando... saudade do inverno quando as coisas demoram mais pra acontecer, tudo e mais lento...
E logo nasce uma nova flor, chega um novo cheiro, quem sabe junto um novo amor... e os pedaços do antigo vão secando no meio das paginas de um caderno qualquer.
Levante seu rosto, tome, beba um pouco, (puxo a manga da camiseta) tire essas lagrimas daí, prenda a respiração por um segundo, suspire, agora volte para o final das suas noites

Esteja apenas só, sinta o novo perfume que logo se vai... seja... rosa, violeta ou gira sol, deixe que morra ao natural, a primavera logo se vai...

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Uma hora dessas.

lembro da ausência de mascaras nas tuas palavras
do carinho desejado
da forma que junta as letras me dando atenção 
penso na loucura que te cerca, na loucura que tu mastiga dia-a-dia
me diz, a paranoia te encontra a noite nos sonhos?
te segue na cabeça ao longo dos dias?
me diz, a paranoia te rouba algum pedaço da alma?
me diz o que te faz falta, alguns pedaços que eu possa te emprestar?
algum buraco pra me jogar?
o que te faz falta paranoia pra preencher essa menina?
o sono que te rouba da noite, os caminhos que nunca são os corretos
não fosse a paranoia, não fosse a loucura instalada em você
teria eu motivos pra dizer alguma palavra a mais depois do boa noite,
não queria que tu fosse, não quero te deixar sozinho, na verdade não quero ficar sozinho.
uma hora dessas te imagino sorrindo por ai
uma hora dessas imagino as cores do teu coração, imagino o verde, azul e dourado de você
imagino que uma hora dessas tenha tua paranoia vivendo fora de você. 

segunda-feira, 11 de março de 2013

como se fosse a primeira vez...

como se nunca tivesse sido nenhuma vez, cada palavra, cada som, cada cheiro...
o ar daqui, eu gosto de respirar a madrugada, da primeira vez, do outono distante
eu gosto de estar aqui agora, eu gostaria de saber, de inventar algum porque, queria...
e se fosse pela ultima vez, se não fosse mais depois de alguns segundos
olhar a grade, a brisa, ver a lentidão do meu proprio perceber das coisas...
e se fosse pela primeira vez, eu não perceberia, eu não viveria,
e se te fosse, pela ultima vez, eu tenho que ir, tenho que ir...
me perco, como se fosse a primeira vez
respiro, como se fosse o ultimo folego...
eu estava lá, e eu estava, indo, vindo, eu não gosto de saber...
e não fosse pela primeira? e sim, pela ultima vez!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

sede...

a boca seca, os olhos rasos já sem lagrimas...
umedecia os lábios com a linguá, procurava alguma saliva
algumas palavras já não saiam mais, trancadas na garganta vermelha e cortada
a sede ia se colocando como um velho amigo com quem você não quer conversar
tremia como sempre, sempre tremendo sem saber por que...
chorando a seco como a tempos não fazia, deixando apenas soluços atormentarem o barulho do vento.
esperava ansioso algumas gotas de chuva, esperava ansioso algumas gotas de chuva.
abria e fechava lentamente os olhos, tentava mudar as coisas com seu pensamento
queria ter um lápis pra riscar, um pedaço de papel, queria ir embora por ai...
esperava ansioso algumas gotas de chuva. esperava...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

"Eu prometi a mim mesmo que consigo...
Disse que eu vou tentar um pouco mais...
Com uma ajudinha de meus amigos
Eu vou continuar tentando
Ficar doidão, eu sou quero fazer tempo oh senhor
Vou conviver com os meus amigos...
eu consigo, Com uma ajudinha de meus amigos."



Joe Cocker A Little Help From My Friends por Wrestlegameshow

sábado, 2 de fevereiro de 2013

engolindo corações

"Você pode ficar viciado em um certo tipo de tristeza"...
em quantos tipos, quantos pedaços por vez, tenho repartido em pedaços minhas tristezas, também tenho minhas alegrias do mesmo jeito...
caminho desacordado, deixando inconscientemente minhas migalhas, arrastando minha ancora em linha reta marcando firme a terra que a prende, me trancando os saltos, me mantendo firme e lento pelo caminho.
as fotografias me mostram tanta coisa, evito olhar nos olhos das pessoas ali paradas, paradas presas em papéis, em paredes, atras de vidros... me olham como quem deseja criar vida ao inanimado, me olham como quem quer sentir algum sabor e me puxam pra dentro dos seu sonhos metafóricos  sonhos que as fotos tem sobre o momento em que foram reais...
ha uma certa tristeza no ar, um carinho triste e estranho... os tempos estão mudando com a chuva, as uniões de amizade são mais confortáveis em simplesmente existir, essa estranha tristeza engolindo nossos corações, essa estranha forma de amar a vida, encha a boca de saliva, vamos brindar a nossa forma errada de sorrir e cantar, brindar a dor, brindar a falta de dor, vamos brindar com nossa saliva ao amor triste devorador de corações.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Quer?

Eu andava na rua, o dia mal tinha amanhecido eu não via o sol, mas ele também não me via, tinha um vento gelado no ar, gritos desesperados de uma moça (que provavelmente não era tão moça assim) briga daquelas de acordar a vizinhança, eu seguia cabisbaixo, não olhava, mal respirava, ainda me sinto encolhido, com medo de tocar nas coisas, eu não identificava em mim um sentimento qualquer, onde foi parar o velho rabugento que eu tinha me tornado? onde foi parar o menino cheio de sonhos? onde eu fui parar? 
Bem verdade com o passar dos tempos minha cabeça vai mudando, curiosamente, pensativa, representativa em quadros como ela mesmo faz, pinta, retrata, escreve seus poemas mentais e vomita suas dores físicas.
Eu podia ver o sol crescendo sobre as casas, tão bom nascer do sol, raios solares, faiscava meu peito com alguns sorrisos que não sou acostumado, faiscava o seu brilho pelas janelas, plantas, e velhos que saiam pra serem velhos. 
E talvez eu tenha um pouco de complexidade, talvez seja muita complexidade, mas quem não tem? mas quem disse que ser melhor é ser mais feliz? quem disse que respirar melhor é não fumar todos os dias? quem disse que se você não ingerir álcool você não fica bêbado? 
É que simplesmente tudo poderia ser melhor, pessoas mais bem sucedidas, eu poderia ser mais feliz se quisesse, eu poderia ter tudo aquilo que eu tivesse vontade de pegar, se eu tivesse vontade, eu até mesmo poderia ser qualquer coisa que minha imaginação permitisse, mas querer é tão complicado, que eu sempre acabo simplesmente deixando de lado, eu sou assim, meio sem persistência, meio sem amor, meio sem sentimentos, meio sem vida, meio sem alguém pra fazer com eu queira querer ter algum querer... me resta, ser eu mesmo por ai, vagando antes do sol nascer, esperando alguém que me venha buscar pela mão, dizendo: "eu sei o que tu quer", e você, quer? 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Sobre perder o tempo

o tempo é tão fugaz, vai nos deixando sem parar, vivemos nossos amores a merce do tempo, perdemos nossos amores pro tempo, a vida nos da o tempo que precisamos para que façamos aquilo que fomos destinados, perca o tempo, pois é pra isso que ele é feito, aproveito o tempo, pois é disso que ele é feito, nossa pequena verdade é que nós somos passageiros e o tempo é eterno, continuo, sem fim, ficaremos parados, andando, vamos ter nossa vida, criar e perder nossas raízes  para recria-as, vivemos todos os tempos, os nossos tempos, vivemos tanto tempo que as vezes até cansamos de viver, alguns de nós tem vidas mais felizes, outros são amargurados, mas nem mesmo a amargura é eterna, nossa falta de carinho é recompensada por um sorriso inesperado, nosso excesso de carinho é recompensado por um sorriso a mais, e a vida repleta de alegria ou qualquer outra coisa que seja, é feita do nosso tempo, e seja o tempo que for, maior que esteja ou permaneça, tempo algum, por mais que se jogue açúcar  sal, farinha, por mais que se adicione coisas, por mais que se tente fazer um novo tempo e até consiga, por mais que se adicione todo tempo do mundo, mesmo se pudesse congelar o tempo e ainda assim viver, quando se perde o tempo de alguém, quando se perde alguém, não ha tempo, não ha nada que repare a falta que o tempo faz, mas mesmo que o tempo não volte, teremos ainda todo tempo dedicado a memoria e a saudade do tempo que não voltará, adeus velho tempo, tempo perdido, adeus saudoso tempo, amigo, pai, irmão, avô, adeus meu velho, boa noite e descanse em paz.