sábado, 29 de dezembro de 2012

não puxa o meu cabelo


Eu poderia descrever varias coisas, o metal da entrada, o verde das plantas trançando a madeira,
varias coisas eu poderia descrever, objetos, enfeites, móveis, imóvel cada detalhe pra eu descrever,
mas algumas coisas me causam algum fascínio, alguma coisa a mais, 
a companhia é tão boa, e tão boa companhia eu não sei responder, não sei ser...
tentava com afago dar carinho, minha mão pesadas se enrolava nos cabelos,
acorda, não dorme, sorria, descansa, deita a cabeça aqui...
te fazer dormir e te perder, te manter acordada e te perder, tentar te fazer bem e te perder...
aquela conversa que não existe, prefiro escutar e escutar é o que tu prefere fazer, 
"então tu é covarde" palavras verdadeiras que fazem eu me perder,
eu poderia tentar descrever qualquer coisa e eu não conseguiria, mas tudo bem,
vontade, ter ou não ter, tanto faz, de alguma forma, me faz sentir bem,
de qualquer outra forma, eu jamais mataria você. 
qualquer coisa não justifica a covardia, mas não quero tropeçar por ai, não quero te perder. 

domingo, 23 de dezembro de 2012

não deixe de sorrir, antes de dizer ola

eu sinto falta de um mundo como era antes,
das desilusões de não saber o que se quer,
do tempo que tinha pras minhas bobagens,
do desperdício sem controle das intermináveis coisas por fazer.

atirava a vida em riscos e lagos sem fim,
mantinha a vida nos cacos de vidro, enfim,
e toda lua era uma madrugada de oportunidades
e toda a rua, era meu jardim de felicidades.

estamos mais trancados em nossas casas e presos
em nossas grades "repesos", gerando nossa nova energia intelectual
e a roda vai girando, vai girando, vai girando, querendo ou não
estamos mudando pra pior, estamos mudando pra melhor

existem novas coisas pra se preocupar,
existem novas canções, pra decorar,
existe uma nova paisagem em nossos olhos,
toda essa nova roupagem, nova dosagem, de frustrações

não adianta eu não quero mais ter que entender o porque.
não adianta eu não quero mais ter que depender de você, pra desabafar,
mesmo que eu fuja e deixe de pensar em tudo, que já passou,
mesmo que eu fique escondido embaixo dos lençóis por toda manhã

quando precisar você vai aparecer,
e os braços abertos vai encontrar.
você sabe onde me encontrar, e agora,
não fale, não grite, nem olhe, não pisque,
e não deixe de sorrir antes de dizer olá!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

pintada como arte de uma menina em um quadro...

tudo que eu tinha visto até ali era moldura,
como as nuvens as vezes molduram o céu,
eu via a tela atras do vidro, duas telas, dois vidros,
moldura que cobria o sorriso, que tipo de tinta? porque não escorre no calor...
e deixava a moldura de lado, quadro pintado a mão, retocado, feito ao próprio afago de um coração...
me intriga o que eu não conheço, o que eu não entendo, me intriga o que eu não consigo ver...
eu posso sentir tantos cheiros... ver o colorido, ver o preto e branco, posso ver a tinta, com amizade posso até deixar o carinho tocar o quadro, mas não entendo.
com tantos quadros por ai, tantas fotos de paisagem, e eu capaz de passar a madrugada olhando este rosto em tela, com alguns sorrisos, alguma vontade secreta.
não entendo a vontade da tinta em você, admiro a moldura que me desperta interesse, nos seus sons ecoando, quando sai andando e batendo por ai.
quadro vivo, em arte, em parte, quadro se parte? diz que eu mereço, curioso e cheio de duvidas permanecer.
vais recolocando as cores, mudando as tintas, e por minha vontade tirava a moldura e olhava os detalhes dentro das lentes, quadro, fardo meu, quebrado eu, ouvia teu gritar policromático e não entendia uma só palavra... quadro instigante, com sua permissão, gostaria de ficar um tempo, olhando, sentindo, sem falar nada. respirando a arte em você.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

havia se tornado o que?

havia um pequeno pássaro no alto daquela grande arvore, cercado por galho longos e grandes, protegido pelas plumas em seu corpo de pássaro  não sabia voar, nem cantava ainda, mas o pequeno pássaro sempre quis saber o que eram as coisas que se moviam lá em baixo.
havia um pequeno pássaro caindo da arvore, perdendo suas penas, um pequeno pássaro mudando seu jeito, pequeno menino vivendo entre nós... crescia covarde sem asas, crescia olhando pro céu... pequeno pássaro sem ser ave, amava a chuva, pois com ela não se sentia culpado por não voar. pequeno demais pra bater as asas e sumir... 
havia um pequeno pássaro rastejando feito um humano, pequeno e covarde pássaro, com asas escondidas, já sem as penas que um dia teve, pequeno apaixonado pela curiosidade do céu na madrugada, pequeno e machucado pássaro. com medo de voar. 

sábado, 8 de dezembro de 2012

eu não sei...

eu não tinha muita tinta na caneta pra escrever, nem tinha muito sobre o que escrever,
sempre via os passos dela, sempre via ela, passando de uma ladro pro outro, de uma sala pra um mundo qualquer...
eu não tinha muita ponta no lápis pra desenhar, era mais timidez do que coragem alguma, e mesmo que eu fosse tão corajoso, eu ainda seria um covarde sem palavras, é com as tintas que me preocupo, elas vão indo e eu ficando, cada vez que vejo ela sorrindo, eu não sinto nada, nem uma coragem, só meus velhos sentimentos de pena sobre eu mesmo, queria ter coragem de gritar alguma coisa, mas menina nem me via, ela nem sabia da minha existência, enquanto eu sorria bobo, por ela estar perto... tolo tímido acoado na fumaça do cigarro, alguém me encoraje, alguém me empurre, alguém me faça viver mesmo que uma triste e tortuosa negação, distantes qualquer letra me encontrava, distante qualquer palavra me podia ser, acorde, mesmo que eu não queira, eu sinto que um dia, talvez, qualquer dia, você possa ser, tão perturbada e viva, quanto a minha vontade de te entender...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

metralhadoras

metralhadora atirando pensamentos instantâneos em cabeças por todo lugar, vejo as explosões de cultura tomando conta dos lares, saindo as ruas e cantando nos bares, e as metralhadoras não param de atirar, as belas perdidas acertando mendigos, as bala varridas acertando nossos, metralhadoras de pensamento, trazendo um tormento que o estado nunca viu, metralhadores da cura cujo as balas não entram na cabeça dos poucos que nos fazem crer, que os tiros são ruins, que os tiros vão nos matar, eu vivo meu pensamento, pois minha cabeça é sangrenta e viva, e jamais para de pensar... e os meus pensamentos por ai, metralhadoras não param de atirar.