terça-feira, 11 de agosto de 2015

Sabor

Estou eu extasiado a te admirar, olhar-te, observar-te, eu estaria a notar os teus detalhes, olhos, boca, o molhar dos lábios, as lagrimas que não caem.

Não fosse eu tão apático e trágico, ter-te-ia mais perto a mim, seria eu ladrão dos teus beijos, algoz furtador do teu ar, respira o mínimo possível, sorrindo sem soltar os lábios teus da minha boca.

As incompreensivas extremidades dos meus dedos a tatear nua pele em busca dos calafrios, do sabor morno do teu pescoço, do pulsar acelerado do sangue quente sob a branca e polida obsessão dos olhos meus, sempre a desenhar a próxima letra do teu romance sem fim.

Se fosse eu o assassino frio da minha covardia, se fosse eu o carrasco das minhas angustias, ter-te-ia sob o sol do entardecer voando alto em meus braços, e algum sal pra dourar a carne, algum grato coração, vermelho, quente, delirante parte em minhas mãos parte em minha boca.


Sempre respiro fundo quando estou próximo, cheirar-te, desejar-te, quero aprender o seu caminho pra casa... segurar sua mão e correr sem parar.

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