Quando olhava pra ela sentia como se o mundo fosse parar,
podia ouvir sua respiração sem querer, via nos olhos um mel escuro feito de
puro e doce sabor...
Respirava fundo tentando sentir seu cheiro e ele não vinha,
não vinha para meu desespero, eu queria saber que cheiro tinha, queria saber se
era cheiro de flor, se era cheiro bom de terra molhada, se era cheiro de chuva
gelada no verão, ou de uma ducha quente no inverno...
O sol brilhava forte tornando a pele clara em palavras de
amor, mas que amor era esse que eu não tinha? Amor de menina, criança,
brincando de infância sem perceber dos problemas do mundo, amor de mulher
madura, mulher esperta que sabe que certa a vida não é, amor simples contando
de passo em passo a distancia entre um abraço e um sorriso...
Quem sabe um dia se o mundo parar eu pare de olhar, quem
sabe quando não tiver mais som, nem cor, as flores se queixem que não vêem sua própria
beleza, quem sabe eu estenda os pares de mãos, conte os passos e não conte
nenhum, e de amores saberei qual cor, saberei o cheiro, sentirei o sabor, quem
sabe um dia os olhos se encham de vida e um sorriso se mostre pra mim, uma mão
apareça e meu sonho padeça em domingo qualquer... E eu ainda vou lembrar, que
em teus olhos um mel escuro para abraçar.
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