sábado, 8 de dezembro de 2012

eu não sei...

eu não tinha muita tinta na caneta pra escrever, nem tinha muito sobre o que escrever,
sempre via os passos dela, sempre via ela, passando de uma ladro pro outro, de uma sala pra um mundo qualquer...
eu não tinha muita ponta no lápis pra desenhar, era mais timidez do que coragem alguma, e mesmo que eu fosse tão corajoso, eu ainda seria um covarde sem palavras, é com as tintas que me preocupo, elas vão indo e eu ficando, cada vez que vejo ela sorrindo, eu não sinto nada, nem uma coragem, só meus velhos sentimentos de pena sobre eu mesmo, queria ter coragem de gritar alguma coisa, mas menina nem me via, ela nem sabia da minha existência, enquanto eu sorria bobo, por ela estar perto... tolo tímido acoado na fumaça do cigarro, alguém me encoraje, alguém me empurre, alguém me faça viver mesmo que uma triste e tortuosa negação, distantes qualquer letra me encontrava, distante qualquer palavra me podia ser, acorde, mesmo que eu não queira, eu sinto que um dia, talvez, qualquer dia, você possa ser, tão perturbada e viva, quanto a minha vontade de te entender...

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