parei para ler suas palavras, elas me falavam de um passado muito distante
me falaram de um desejo de amor, continuo, trombetas anunciando a chegada dos nobres
suas palavras me falavam de uma vida bela, eu via uma vida feita em sua mente incompreensível
queria sua sorte acontecendo, queria ver a primavera florir a sua vontade
eu tive desejos parecidos, meus desejos perto disso, mas não eram tão claros, não eram tão vivos
eu tive sonhos vencidos, eu via um terra verdejante, ouvia o canto dos pássaros
no meu sonho o sol era feito dos fios do teu cabelo, no meu sonho o céu era o profundo azul dos teus olhos
haviam montanhas com neve da tua pele... e tempo era o merce da tua vontade.
mas eu sentia que meu sonho não era o seu... no teu sonho as cores eram as tuas, as pessoas eram cruas
e eu já não sabia o que queria, não era mais meu sonho, mas sim tua alegria... tivesse a tua realidade ou sonho, indo cada vez mais de encontro ao seu real desejo... eu fui me distanciando e a tua felicidade aumentando...
meu desejo foi se tornando unicamente poder te ver sorrir, fosse ao longe e o sorriso não fosse pra mim, tivesse um sorriso sincero eu poderia acordar assim...
fui acordando em minhas ruínas, levantando em meio aos pedaços do meu castelo... e via além do horizonte, você era um anjo radiante de luz, dançando em meio as suas estrelas e seu céu azul.
e meus remédios me matando aos poucos, e por mais morto que eu pudesse estar, sempre sobrava algo lá dentro, sempre sobra algo pra ir queimando rio abaixo em barco de flores mortas.
minhas ruínas ficarão lá para sempre, com seu rosto em cada parede
minhas ruínas ficarão lá para sempre, guardando a lembrança de um sonho afogado ao som das trombetas.
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